Por muito tempo eu discordava da bissexualidade, por exemplo, por crer que era apenas alguém que não se decidia, mas hoje eu vejo que não, que é simplesmente alguém que não vê homens ou mulheres mas, pessoas. Todas as pessoas têm oportunidades de se tornarem interessantes e essas pessoas simplesmente sabem disso. Se eu me sinto atraída apenas por mulheres, não é uma opção minha, é simplesmente o que eu sinto, assim como o que uma pessoa que prefere homens ou outra que simplesmente não tem preferência. (Esse texto vai ficar confuso e, provavelmente mal feito, então me desculpe se você está aqui lendo.).
Admito que o que me fez repensar tudo isso está muito longe dos textos ou reportagens que li ou assisti, está quase tudo na minha convivência do dia-a-dia.
Um dos exemplos que usei, pra tentar explicar isso pra uma terceira pessoa foi um casal de amigos meus, um homossexual e um bi que namoram, mas descobri que por mais simples que tal exemplo seja, a pessoa continuaria dizendo "ta, mesmo que ele goste dos dois, ta namorando com um cara, então está sendo gay." Não, ninguém "ta sendo gay" na verdade, ninguém decide mudar a sexualidade do nada ou por alguém. Assim como fome, sono e todas essas necessidades do corpo humano que a maioria dos humanos consegue respeitar, a sexualidade é natural. Ainda assim, não peço que todos entendam, entender requer ainda mais que apenas respeitar, deixar quieto, não incomodar. Mas parece impossível que algumas pessoas simplesmente se calem, ao invés de falar besteiras enormes. Acabo criando inimizades às vezes, mas no geral, são pessoas que não me farão falta, como um conhecido, de cerca de 8 anos atrás, que não entende quanto o machismo pode ser prejudicial e simplesmente o defende (assim como defende que um cão castrado ficaria triste sem as bolas e não se importa do cachorro dele não ser castrado pois é macho, então não vai ser ele que vai ter que "aguentar" os filhotes. Sim, ele é machista ATÉ em relação ao próprio cão).
Bom, eu aprendi a respeitar pessoas, sejam elas mais gordas ou magras que eu, brancas ou negras, religiosas ou ateias, homens ou mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, cis, trans, enfim, pessoas. Pessoas que, independente do seu próprio corpo, descendência, gênero, orientação sexual, enfim, das diferenças todas que podem existir de um ser humano pra outro, respeitam o espaço do outro. Não vou destratar um religioso na rua porque a religião dele é contra a minha, inclusive minha tia, com seus 80 aninhos de vida, religiosa, ex-catequista, católica,
Meu maior problema é que meu respeito só existe se for mútuo, eu me irrito com facilidade e entro facilmente em discussão por isso, eu não consigo entender por que é tão importante pra uma pessoa que outra esteja beijando alguém do mesmo sexo ou não. Eu acho que, pra uma novela, isso importaria, tendo em vista que alguém pensou no enredo e tudo o mais, mas e pra vida real? o que vai mudar na vida da minha vizinha do primeiro andar se eu tenho um namorado ou uma namorada? ou mesmo pros porteiros do meu prédio. Não muda absolutamente nada, só pra mim. Agora, nos casos de "não sendo meu/minha filho(a), tudo bem" eu me questiono: se ele(a) for, não queres ver a alegria em tal pessoa? é uma coisa meio "todo mundo pode ser feliz, mas se meu filho é viado, ele não merece". Por que? por que teu filho não pode ser feliz? como pais decidem que a infelicidade de um filho importa menos que "o que os vizinhos irão pensar"? eu, definitivamente não consigo compreender por que o outro deveria "ser hetero" ou "emagrecer" ou "não sair de casa porque é feio", sei lá.... o que cada um precisa entender é que não precisamos ser iguais pra que exista o respeito, mas que precisamos respeitar pra que cada um tenha o direito de ser o que é.
Então vamos deixar as críticas ao que o outro é ou deixa de ser e olhemos pra nós mesmos, limpe-se de preconceitos, pense e respire por si só, não simplesmente nade a favor ou contra a maré, decida o lado para o qual queres ir e reme em sua direção, desvie se outro estiver indo pra outro lugar, ao invés de criticá-lo e querer que ele vá contigo. Se queres alguém ao teu lado, que seja por amor e não porque não concordavas com o que ele(a) pensava.
Ok, depois de muita enrolação e um texto que aparenta ser sem sentido, eu vou parando por aqui, mas ainda peço, mais uma coisa: se você tem uma criança perto e tem a chance de educá-la, ou mesmo influenciá-la de alguma forma, tente não fazer isso levando pro lado do preconceito, qualquer um que seja, assim você evita que, principalmente, ela corra o risco de odiar-se por não ser aquilo que ensinaram-lhe ser o certo.
PS: eu ia fazer um agradecimento/parabenização aos amigos e colegas que têm seus bebês e não os ensinam a ser preconceituosos e os deixam conviver com todas as pessoas, mas eu acho que eles simplesmente não estão fazendo o que seria errado, mas eu prometo um abraço muito forte e um parabéns se qualquer uma dessas pessoas falar que o filho/a o questionou sobre preconceito dizendo não entender por que uma pessoa se acha no dever de se meter na vida de outra.