- tu não prestas.
- eu?
- sim, cada semana estás atrás de uma e outrora dizes amar a mesma há anos...
- mas eu amo.
- então como explicas essas paixonites?
- apaixonar-se não é amar...
- não é, mas é o primeiro estágio pra amar alguém.
- discordo, não viraram amores todas as minhas paixões.
- então já amaste mais de uma?
- de formas diferentes, sim.
- depois dela?
- amei depois dela, mas amores diferentes, nada me tirou o fôlego da mesma forma, ninguém.
- então como tu diz que ainda ama, se amou depois?
- porque quando se ama, se sabe. É como uma certeza que se tem, sabe? eu ficaria com ela pro resto da minha vida, creio que ela sempre será a única com quem eu teria intimidade e confiança o suficiente pra estar junto de fato.
- tu diz que não quer se envolver com outras, mas defende o amor livre... como tu achas que faz sentido querer só ela e ao mesmo tempo acha certo ficar com outras estando com ela?
- é porque todo esse tempo e ela não perdeu o significado pra mim, então eu simplesmente sei que não vai ser ficando com outras que isso vai acontecer.
- "A única pessoa que pode mudar o que eu sinto é ela mesma."
- exato.
- ainda não entendi o porque de achares que ter um relacionamento aberto com ela seria mais fácil do que com outra.
- porque se ela estiver um dia comigo, vai ser porque sente. Se ela também continua sentindo, é o mesmo pensamento de que não será uma outra qualquer que mudará o que ela sente.
- isso só SE ela sentir. Ela sente?
- não sei, se sente não mente, se não sente também não.
- que?
- ela não fala.
- tu conheces a menina há anos e não sabe se ela sente?
- eu terminei por achar que ela talvez não sentisse, por medo. Tu achas que agora eu saberia o que ela sente? eu desejo, de todo o meu coração, que ela sinta pelo menos um pouco do que eu sinto.
- e por que tu não falas pra ela o que sentes?
- porque ela sabe.
- tu falou?
- não.
é quase de manhã, eu quero outro assunto, um cigarro e um tantinho de vodka.
~...~
- aposto que isso vai parar no blog
- ou não.
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